21 de fevereiro de 2019

XXXV Zurich Maratón de Sevilla - Tudo perfeito

Vou começar pelo final. Tempo oficial (chip) 3h29m06s e um orgulho gigante.
Feitas as contas, foram menos 11 minutos e 48 segundos que o meu melhor anterior tempo.
Perdoem-me a falta de modéstia mas estou mesmo feliz e orgulhoso com o resultado que conquistei este domingo. Consegui-o porque tenho a felicidade de estar rodeado de gente muito boa, de quem gosto muito e que é fundamental também na minha preparação mental, por me ouvirem, por me aconselharem e por me fazerem acreditar que sou capaz. Na parte física, como também já tinha referido, depositei total confiança nos conhecimentos técnicos da minha "orientadora" e amiga Céu e na parte física no "guru" Filipitsch, que me garantiram que, apesar de todas as minhas dúvidas, iria estar em condições para este desafio.
Quase tudo o resto foi conseguido com muito esforço e dedicação pessoal. Metade dos treinos com companhia de vários amigos, mas a outra metade às 6h da manhã, com chuva, frio, várias vezes com pouca vontade e com o quentinho da cama e o sono a pedirem-me para ficar quieto.
Independentemente do treino, para que a prova corra bem, também temos de ter sorte. A mínima dor ou desconforto, são o suficiente para depois de 30 ou 35 kms deitar tudo a perder, porque a cabeça só se vai focar nisso. Felizmente, tive também essa sorte, nada disso apareceu e tudo foi perfeito.
Durante a maratona, são muitas as coisas que nos passam pela cabeça. Sonho com a meta, com o tempo que poderei fazer e tento afastar os pensamentos negativos. E uma das coisas que mais penso é nas pessoas fantásticas que me estão a acompanhar à distância e a torcer para que tudo me corra bem. Foram muitas as mensagens e telefonemas antes da prova a desejar sorte e no final a felicitar-me. Foram também vocês que tornaram tudo isto muito especial. Estou muito grato a todos por todo carinho e amizade.

À parte da prova, ficam na memória três dias fantásticos, com amigos maravilhosos. Rimos, brincámos e divertimo-nos muito. Só para terem a noção de como esta gente é toda doida, na tarde de domingo ainda percorremos a pé cerca de 18km pelas ruas de Sevilha. Gosto muito de vocês.
Sevilha ficará para sempre no coração e tenciono lá voltar (quem sabe na edição XV em 2014).

Faltam aqui o David Simão e a Maria João que já tinham regressado a Lisboa


 
A MARATONA
6h30 - Pequeno almoço nas calmas já combinado na véspera com alguns amigos que estavam no mesmo hotel.
7h30 - Saída do hotel. A distância para a partida era cerca de 2,5km e foi feita sempre em boa disposição e com algum frio.

8h - Foto de grupo e um ligeiro aquecimento só para acordar as pernas para o que aí vinha.
8h20 - O grupo divide-se consoante o bloco de partida de cada um, abraços e votos de boa sorte para todos
8h30 - É dada a partida e 2m40s depois estava a atravessar o pórtico já só com o Adelino como companhia.
Primeiro km 30s acima do ritmo previsto. Apesar da largura da avenida, não é fácil o pelotão alongar logo no início. Fomos conversando e tudo tranquilo. Com calma iríamos recuperar esse tempo "perdido".
Voltando um pouco atrás, só para perceberem a estratégia para a prova, na primeira conversa com a Céu, ainda antes da preparação para Lisboa, quando ela me perguntou qual o meu objectivo, respondi "Baixar as 3h40 e aproximar-me o mais possível das 3h30". Nessa altura achava que as 3h30 estavam muito longe das minhas capacidades. Com o passar do tempo a mentalidade foi mudando e como já disse, várias pessoas fizeram-me acreditar que era possível. Para os menos familiarizados com a corrida, fazer a maratona em menos de 3h30, significa que no final a média total tem de ser inferior a 5 minutos por km.
km21 - Passagem à meia maratona com 1h43m45s (45s de folga), e aqui tenho à minha espera o Pedro Caramba que estava ali propositadamente para me levar até à meta. O Pedro fez em Novembro a maratona do Porto e não lhe correu como ele merecia. Inteligentemente decidiu que após uma preparação exaustiva, não iria logo começar com outra para Sevilha. Abrandou e traçou novos objetivos. Em conversa falámos sobre o que eu pretendia e ele disse-me que faria a segunda metade comigo. Quem corre sabe bem a importância que isso tem, e digo com toda a certeza que se não fosse a presença dele o resultado não teria sido este.
km24 - O Adelino começa a ficar ligeiramente para trás. Já tínhamos combinado que íamos juntos até o ritmo ser o certo para os dois. Perguntei só se ele vinha e disse-me para seguir.
A partir daqui o percurso vem para a parte mais central da cidade e os banhos de multidão são cada vez maiores. É complicado não abusarmos no ritmo porque toda aquela gente "empurra-nos" para a meta. Por várias vezes dou por mim a olhar para o relógio e a ter que abrandar (o Pedro só se ria) "Animo! Animo! Campeon!" são as palavras que ecoam por todas as ruas. Para além dos Espanhois, a enorme quantidade de "claques" portuguesas dá-nos uma força ainda maior e fazem disparar o ritmo cardíaco.
km25 - 2h03m09 (1m16s de folga) - km30 - 2h27m44 (1m34s de folga) - km35 - 2h52m36 (1m35s de folga).
Aos 30km vejo a Carla P. e a Paula, pergunto pelo Ildebrando e sigo. Aos 31km mais uma parte da "nossa" claque com a Rutília, Marisa, Marta, Sandra e os putos. Um pouco mais à frente está a Paula M. e a Susana que já as tínhamos visto noutra zona da prova e aos 34km estava a Ana e a Carla F. que também estiveram em mais pontos do percurso.
km36 - Último gel. Abrando um pouco para conseguir ingerir mais água (nesta fase o abastecimento em copos já é mais difícil de manobrar). Perguntei ao Pedro se já tínhamos passado a placa dos 36km para fazer contas de cabeça ao ritmo que podia fazer até ao final. Ele achou a pergunta estranha porque a placa do 36 tinha passado há uns 300m e perguntou-me uma vez mais se estava bem (incansável na ajuda e na preocupação). Respondo que sim mas que já não deveria conseguir responder-lhe a mais perguntas até ao final. Se me visse parar era mesmo porque tinha chegado ao meu limite.
km38 - Ligo o piloto automático, apenas as pernas ficam a funcionar e olho de vez em quando para o relógio para ver se o tempo não caía muito.
km40 - 3h17m59s (1m05s de folga). Aqui tive a certeza que iria conseguir cumprir o sonho de fazer menos das 3h30.
A claque já muito perto da chegada
A 200m da meta estava a novamente a Rutília com a claque que estava ao km31. Dizem que passei a 3 metros deles e me chamou. Eu não vi nem ouvi nada. Só conseguia focar os 3 ou 4 pórticos da linha de chegada. Entretanto reparo que o Pedro tem a bandeira nacional na mão. Não faço ideia de onde aquilo apareceu e ele diz-me para segurar-mos os dois nela e cortamos a meta com os braços no ar.

Acabou! Está feita! Veio o abraço de agradecimento e não me lembro o que mais lhe disse. Em simultâneo comecei a suar da vista. Segundos depois o Pedro deu-me os parabéns e disse "Foste fantástico. Foi mesmo por pouco os sub 3h30. Passámos com 3h31m46s". Consegui rir e mostrei-lhe o meu relógio. No visor estava 3h29m08 e expliquei-lhe tínhamos passado a partida já com o relógio nos 2m40s.

Uns metros à frente estava o Ildebrando aos gritos a perguntar-me quanto tempo tinha feito. Nova explosão de alegria e suor da vista. A prova dele não correu como ele desejava, mas fez um grande tempaço e independentemente disso estava mesmo feliz por mim.

Saímos da zona reservada aos atletas e estava lá a Paula à nossa espera também para o abraço que tinha prometido. Depois ficámos por ali até toda a "nossa malta" estar novamente reunida.
Parabéns a todos os meus amigos que também correram e a toda a incansável claque de apoio. Vocês são os maiores.

 


Como diz o Roberto Carlos - "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi."

Álbum de fotos completo.


12 de fevereiro de 2019

XXXV Zurich Maratón de Sevilla (antevisão)

   AVISO: Este post é muuuito longo e o principal propósito é mesmo para minha memória futura. A partir daqui estão por vossa conta e risco.

   No próximo domingo, dia 17 de fevereiro de 2019, pelas 8h30 locais (7h30 em Portugal), irei estar na partida para a XXXV Zurich Maratón de Sevilla, naquela que será a minha nona maratona.
   Como disse já várias vezes, para mim a maratona é a prova mais espetacular e a que mais gosto de fazer (apesar de depois de 30km estar a questionar-me sobre o que faço ali e que não volto a fazer mais nenhuma, mas isso passa depressa).
   Esta vai ser especial. Não só pelo facto de ir estar acompanhado de grande parte da "família" e amigos que a corrida me deu, nem por ser a estreia de um desses familiares, mas também por ser a próxima (e tal como os treinadores de futebol que dizem que o importante é jogo a jogo, eu é corrida a corrida e por isso a próxima é sempre a mais importante).
   Esta maratona encerra também um ciclo que começou a ser planeado no final de 2016. Em 2018 iria completar 40 anos e por isso, em 2017 faria uma pausa nas maratonas, para que me pudesse focar apenas nisso em 2018 e início de 2019 para um desafio de 3 maratonas (os meus 40 só terminam em maio). Lisboa em outubro, Porto em novembro e Sevilha em fevereiro em que o objetivo era numa delas conseguir melhorar o meu recorde pessoal que está em 3h40m56s. O ciclo #otigaséforty
19 de maio 2018 - #otigaséforty - o início
   A preparação para Lisboa começou no dia 25 de junho e três semanas depois surge uma lesão. Uma paragem de quase 1 mês e uma recuperação lenta e que compromete toda a preparação. Mas com a devida autorização "clínica", no dia 14 de outubro faço a maratona de Lisboa. Tudo a correr lindamente até aos 28km e aí um daqueles (muitos) imprevistos que esta prova nos pode trazer, fez com que cortasse a meta no Terreiro do Paço com 3h43m39, mas desta forma, com o melhor prémio de sempre.
Lisboa, 14 outubro 2018
   A maratona do Porto viria 3 semanas depois (4 de novembro). A lesão ainda cá estava e com a maratona de Lisboa piorou. Tinha duas hipóteses:
A - Fazia a maratona do Porto, com muito poucas perspetivas de conseguir o meu objetivo devido à minha condição física após um desgaste tão grande em Lisboa e colocaria logo em risco também toda a preparação para Sevilha.
B - Aproveitava essas 3 semanas para recuperar fisicamente, ia ao Porto apenas em passeio e acompanhar alguns amigos na prova, para que pudesse ficar apto para treinar para Sevilha.
   Escolhi a opção B.

   Normalmente, os planos de treino para uma maratona são de 16 semanas. Por não estar em condições, adiámos o início por 15 dias (falo no plural porque estas 14 semanas foram planeadas em trio. Mais à frente explico, para quem ainda conseguir lá chegar na leitura).
   Por isso, este percurso até à partida para os 42,195kms de Sevilha no próximo domingo, começou a 12 de novembro. Foram menos treinos que o inicialmente previsto, mas planeados ao pormenor e executados com todo o empenho possível e mediante as instruções dadas por quem me acompanhou.
   Tudo contabilizado temos um total de 620km percorridos e cerca de 53 horas em 47 treinos. Quem corre maratonas pode achar que foi pouca coisa, mas foi "o possível". Se é o suficiente para alcançar o meu objetivo, digo-vos no domingo à tarde. Eu acredito que sim e isso já é uma grande ajuda.


   Independentemente do resultado de domingo, tenho que agradecer a muita gente, que de diversas formas, está ligado a isto que no início do texto chamei de ciclo #otigaséforty.

Obrigado família, por todo o apoio e por perceberem o quanto isto me faz feliz. Por compreender que muitas manhãs de domingo já chego perto da hora de almoço, mas que também sabe que durante a semana treino às 6h para não interferir no tempo que disponho para estar com eles. E por me acompanharem nestas maluqueiras, por saberem também o quanto é importante poder ver-vos a assistir e vos poder abraçar no final.

Obrigado "Comadres&Compadres", por todos os momentos de convívio e por fazerem parte desta "família" que ganhei com a corrida. Também à "la família" que mesmo achando que sou louco por ir correr de madrugada, à chuva e ao frio ou quando vos digo que é muito fixe passar mais de 3h a correr, ficam contentes e orgulhosos com as minhas conquistas.
#atésermosvelhinhos

  Depois, na parte mais técnica e física da coisa, destacar e agradecer às duas pessoas que foram fundamentais ao longo de todo este caminho.
   Céu Nunes. Porque no segundo imediato a pedir-lhe se me podia ajudar na planificação da maratona de Lisboa, me disse "Claro que sim. Conta comigo". Muito obrigado por todo o trabalho e paciência que tens tido comigo desde o dia 25 de junho de 2018, pela partilha de conhecimento, por teres de ajustar todos os treinos à minha disponibilidade e condição física e por muitas das vezes acreditares mais nas minhas capacidades do que eu próprio.
   Filipitsch. Dia 4 de agosto fui ter contigo porque não conseguia correr 1km sem dores. Comecei depois com treinos de 10 minutos e fui aumentando até à maratona de Lisboa. Decidimos que o melhor seria não fazer o Porto para não estragar ainda mais e que estaria em condições para Sevilha. Depositei total confiança no teu trabalho e conhecimento e fazendo também os "trabalhos de casa", penso que estou apto para o teste. Muito obrigado.

Depois há ainda aqueles com quem partilho muitas destas coisas das corridas, com quem troco conselhos e opiniões e que para além das palavras de incentivo também me "puxam as orelhas" quando aparecem os mimimi. Seja por trocas de mensagens, pela companhia nos treinos, pelas parvoíces e brincadeiras antes e pós treinos, por irem lá estar só para apoiar ou por todas estas coisas juntas, o meu muito obrigado. Sem qualquer ordem específica, gostaria de destacar estes. Família Ribeiro (Rita, Cristina e Paulo Jorge), Luísinha, Susana, Maria João, Carlos Soares, Caramba, Carla Fernandes, Iria, Ricardo, Sarinha, David e José Pais. Cada um por razões diferentes mas tudo pessoas que conheci com a corrida e por quem tenho grande amizade, respeito e admiração. E como aprendi com uma delas, #comamigosémaisfácil.

Mesmo quase quase a terminar, uma palavra especial para aquele que mais kms deve ter feito a meu lado nesta preparação e que semana após semana me chamou de maluco quando lhe dizia que treino é que tinha no plano e qual o ritmo, mas que depois estava lá à hora marcada e o fazia comigo do principio ao fim. Obrigado por tudo Adelino.

Propositadamente para o fim, ficam (por ordem alfabética para não haver ciumeira), Bruno, David, Eduardo, Ildebrando, Pedro e Zé. Com vocês #rumoaocqvf e mais além.

21 de maio de 2018

O Tigas é forty

Ora cá estou eu novamente.
No post anterior, para além do resumo de 2017, escrevi isto:
"Objetivos para 2018 - Um só. Baixar as 3h40 nos 42,195kms
O propósito de decidir não fazer nenhuma maratona em 2017, para além do tal cansaço, físico e mental, de passar o tempo a treinar para maratonas, prende-se também com o facto de 2018 ser o ano em que irei celebrar o meu 40º aniversário. Por se tratar de um número sempre marcante (a tão famosa entrada nos "entas"), decidi que me irei aplicar para baixar as 3h40m na maratona e assim riscar mais um dos objetivos traçados na tal lista de Abril de 2012,
Será esse o grande e único objetivo para o próximo ano.
O plano será apostar forte para o dia 14 de outubro em Lisboa. Caso não consiga tenho depois o Porto no dia 4 de Novembro.
"

Entramos em 2018 e até ao momento estão feitas 4 provas, todas elas com distâncias diferentes.
- G.P. Fim da Europa (17km) - com melhor marca pessoal nesta prova. Menos 1m22s que o tempo anterior
- Corrida do SL Benfica (10km)
- Corrida da Liberdade (11km)
- Corrida 1º de Maio (15km) - Recorde pessoal dos 15km, com menos 1m48s que o tempo anterior e finalmente sub1h10
 NOTA: Todas as provas feitas estão registadas AQUI

Entretanto chegou o dia 19 de maio. Dia do 40º aniversário. E ao abrir o email deparo-me com esta imagem.
A primeira reação foi de grande surpresa, pois não sabia quem eram os autores desse presente. Só depois descobri que foi um grupo de amigos que também corre. Não sei se "amigos" é o termo mais correto, para definirmos alguém que sabe que vamos passar 4 meses de treino, muitos kms, sofrimento, menos horas de sono, menos tempo para convívios e vida social e mais um monte de coisas, e além disso ainda ter no final, de correr durante quase 4h.
Brincadeira à parte. Esta malta é mesmo minha amiga e sei que irão acompanhar-me a percorrer todo este caminho até ao dia 14 de outubro. Estes e mais uns quantos. Estão lá sempre e eu também tento estar para eles.
Já tinha decidido que não me iria inscrever na maratona de Lisboa. Estou inscrito na do Porto (novembro) e em Sevilha (fevereiro). E Lisboa normalmente tenho sempre conseguido arranjar dorsal. Iria treinar à mesma e se conseguisse dorsal, tudo bem, senão prolongava o plano de treinos e ficava já para o Porto.
Agora essa dúvida já não existe. Lisboa é mesmo uma realidade e com a responsabilidade acrescida de não dececionar toda esta malta que acredita em mim. Como sempre, tentarei dar o meu melhor e eles também sabem disso.
O objetivo também está definido e será baixar das 3h40 (meninas não quero mais conversa acerca disto).
Agora resta-me começar a treinar e fica prometido que venho aqui dar notícias com maior regularidade.
Muito obrigado pela surpresa Susana, Luísa, Maria João, Rita, Cristina e Paulo. Vocês fazem parte do lote das coisas boas que a corrida me trouxe, meus AMIGOS.
#gostomuitodevocês #comamigosémaisfácil #os40doTigas #rumoalx2018

28 de dezembro de 2017

Resumo de 2017 e objetivos para 2018

Mais de 3 anos após o último post, resolvi voltar a escrever.
Não vou fazer uma retrospetiva do que aconteceu neste período porque não vale a pena. Apenas dizer que entretanto se passaram 45 provas, entre elas 5 maratonas (uma deles onde bati o meu recorde pessoal que está em 3h40m54s a 30 de maio de 2015 em Estocolmo), 10 meias maratonas e o resto provas de 15 e 10km.
Após 3 anos consecutivos quase só a treinar para maratonas, decidi que 2017 seria o ano em que não faria nenhuma, nem seguiria nenhum plano de treinos. Uma espécie de ano sabático em que só treinava quando me apetecesse e sem o mínimo de pressão.
Participei em 11 provas de estrada:
  • 3 Meias maratonas - Cascais (fevereiro), Lisboa (março) e Descobrimentos (dezembro)
  • 1 de 17km - G. P. Fim da Europa
  • 2 de 15km - Corrida dos Sinos e 1º de Maio
  • 5 de 10km - SL Benfica, Tejo, Montepio, D. Dinis e GP Natal
Curiosamente e sem treino específico, acabei por bater este ano os meus recordes pessoais:
Por tudo isso, 2017 foi um excelente ano em termos de resultados. Dos vários recordes obtidos destaco o sub-1h40m na meia maratona porque era um dos grandes objetivos que tracei em 2012 quando comecei a correr e a escrever este blog  (ver aqui).

Ao longo destes 5 anos a corrida tem-me trazido bons amigos e com eles partilhamos muitos momentos e aventuras. Sinto um orgulho enorme quando os vejo triunfar, mas também quero lá estar para os abraçar quando as coisas correm menos bem, porque sei o quanto se esforçam e dedicam para melhorar constantemente. À parte dos feitos pessoais, este ano, estive em três provas apenas com a missão de acompanhar 3 desses amigos, na tentativa de os ajudar a alcançar os seus objetivos.

A primeira foi em setembro, na Corrida do Tejo em que a Luísinha queria fazer menos de 47 minutos nos 10km. Infelizmente as alergias e consequentemente as dificuldades em respirar corretamente, fizeram com que não fosse possível e cortámos a meta em 48m01s. A garra e as capacidades desta miúda são enormes e rapidamente "se vingou" deste resultado menos bom e passado um mês fez logo 45m46s no Corrida do Montepio.



A segunda foi em setembro, na Maratona de Lisboa. O Adelino queria baixar das 4 horas e eu disponibilizei-me para o acompanhar desde o km12 até à meta (cerca de 30km). Infelizmente também não foi possível devido às fortes cãibras nas pernas que o atormentaram desde o km34 até perto do final, terminando a prova com 4h13m55s. Acompanhei-o em alguns treinos longos na sua preparação para esta prova e sabia que ele estava muito bem física e mentalmente, mas como já disse várias vezes, para que uma maratona corra bem, para além do treino, temos de ter a sorte que no dia tudo seja perfeito, porque as probabilidades de algo correr mal e deitar tudo a perder, são grandes. Este amigo é forte e persistente e por isso 2018 será o ano em que irá alcançar grandes marcas nos desafios a que se irá propor.



A terceira foi no início de dezembro, no G.P. de Natal. A Susana disse-me que gostava de fazer sub52, depois de em outubro ter tido o seu melhor tempo aos 10km na Corrida do Montepio com 53m30m (seria uma melhoria de mais de 1m30s em mês e meio). Acompanhei a sua preparação e acreditei sempre que seria capaz (Foco e Determinação, são dois apelidos desta miúda). Talvez até mais do que ela, estava ansioso porque as duas provas anteriores em que me tinha proposto ajudar um amigo, as coisas não tinham corrido como desejado. Ainda para mais, a Susana fez a loucura de me dizer que tinha total confiança em mim e que ao longo de toda a prova não iria olhar para o relógio, facto que ainda me deixou mais nervoso, com o peso da responsabilidade. Felizmente ela fez uma corrida exemplar e não só baixou dos 52 minutos como se aproximou muito dos sub50 (será sem dúvida em 2018) e cortou a meta com 50m25s.

Os resultados das três situações foram diferentes, mas em todas elas no final, depois do abraço, ouvi um "Obrigado" e isso vale mais que qualquer medalha ou diploma. Assim como eu o faço, quando são estes e outros Amigos a puxar por mim e a dizer que acreditam.
Obrigado a todos os meus Amigos que a corrida me trouxe. Gosto muito de vocês.
A todos um excelente 2018 cheio de saúde e sucessos pessoais e desportivos para vocês e respetivas famílias.


Objetivos para 2018 - Um só. Baixar as 3h40 nos 42,195kms

O propósito de decidir não fazer nenhuma maratona em 2017, para além do tal cansaço, físico e mental, de passar o tempo a treinar para maratonas, prende-se também com o facto de 2018 ser o ano em que irei celebrar o meu 40º aniversário. Por se tratar de um número sempre marcante (a tão famosa entrada nos "entas"), decidi que me irei aplicar para baixar as 3h40m na maratona e assim riscar mais um dos objetivos traçados na tal lista de Abril de 2012,
Será esse o grande e único objetivo para o próximo ano.
O plano será apostar forte para o dia 14 de outubro em Lisboa. Caso não consiga tenho depois o Porto no dia 4 de Novembro.


Até breve e divirtam-se. Principalmente, divirtam-se a correr.
#sejamfelizes #sorrirsempre

5 de novembro de 2014

Fui muito feliz no Porto.

Este post vai ser longo e vai ficar muito por dizer. Se não conseguir transmitir isso pelas palavras, quero que saibam que estou de coração cheio. Muito cheio.
Vou falar primeiro da prova (tentar resumir) e depois de tudo o que envolveu esta maratona.

A CORRIDA
XI Maratona do Porto - 02 Novembro de 2014 entre as 6h15 e as 13h306h15 - Com cerca de 4h e tal de sono, toca o despertador. Tinha o equipamento todo preparado de véspera, por isso, foi só tomar banho e vestir. 
6h45 - Desci para o pequeno almoço, onde já estava o David Simão, o Xico e a Inês. Entretanto apareceu a Rutília (minha esposa, para quem não sabe) com o casal Claro (Sandra e Bruno) e o casal Cardoso (Brigitte e Pedro). Uns com mais sono que outros, uns mais faladores que outros, mas todos bem dispostos. Comi 2 croissants com nutella, um donuts, 3 copos de sumos tropical e como não havia bananas, tomei uma carteirinha de magnésio.
7h30 - Entrámos no autocarro que nos iria levar do hotel até à partida. Ao entrarmos ficámos anestesiados com o cheiro a bálsamo que vários atletas tinham colocado. O cheiro a mentol desentupiu as narinas e acordou quem ainda estivesse sonolento. eheheh
8h - Já estávamos junto ao Palácio de Cristal e começavam a agrupar-se os muitos Vicentes que iam fazer a maratona e a Family Race e deu também para cumprimentar vários amigos das corridas, como a malta dos 4 ao km (João, Isa e Vítor), o pessoal do Correr Viseu e mais uns quantos.
8h30 - Foto de grupo dos Vicentes, último xixi, beijinho de boa sorte da esposa, votos de uma excelente corrida para o pessoal da Family Race e fui com os companheiros de maratona para o bloco de partida. Minuto antes da partida, abraço aos Vicentes maratonistas, que excepto o David Simão, iriam para tempos diferentes do meu.
A foto de grupo às 8h30 (faltam alguns que se atrasaram)
9h - É dado o tiro pela "grande" Aurora Cunha e exactamente 2 minutos depois, passamos o pórtico da partida. Algum alguma confusão inicial e arrancamos num ritmo calmo. Fizemos o km1 a 5m32 e este foi o terceiro km mais lento de toda a minha prova. Entramos depois na Av. da Boavista e encontramos o João Veiga que ia tentar as 3h45, mas disse que iria connosco alguns kms porque estávamos com um bom ritmo. No final da Av. da Boavista viramos à direita em direção a Matosinhos e começamos a cruzar-nos com os primeiros atletas (não gostava muito de provas de ir e vir, mas agora como já conheço muitos malucos das corridas, o tentar encontrar o pessoal conhecido é uma forma de me abstrair da distância e parece que a prova passa mais depressa). Vamos trocando incentivos e cumprimentos e regressamos à rotunda da Praça Gonçalves Zarco com 14km. O pessoal da Family Race segue dali para a meta e nós seguimos em frente. Nesta altura dizemos ao João para não se prender connosco porque o ritmo estava um pouco forte e era cedo para arriscar e passamos à meia maratona com o tempo de 1h54m26s (média de 5:25m/km).
Um pouco mais à frente temos uma descida íngreme para a zona da Ribeira e avisto duas camisolas do Correr Lisboa. Mais ao perto vejo que era o casal amigo Liliana e ZéTó, que resolveram fazer uma surpresa e apareceram no Porto sem dizer nada a ninguém.
Misto de surpresa e alegria (também conhecido por "cara de parvo") por ver a Liliana e o ZéTó
 Depois de passarmos a zona da Ribeira, vamos a entrar na Ponte Luís I e digo ao David "Agora é só ir ali à Afurada e voltar e quando chegarmos aqui a maratona está feita".
No regresso aquele local correspondia ao km 32,5. Ficava só a faltar uma São Silvestre (nas corridas vou dividindo a distância mentalmente. Aos 21,1km penso que já só falta uma meia maratona, aos 27km falta a Corrida das Fogueiras, aos 32km uma São Silvestre e aos 36km falta apenas o meu treino à porta de casa, de 6km que já repeti dezenas de vezes).

Quando entrámos em Gaia apanhámos muito empedrado e noto uma quebra no David. Passo 1 ou 2 metros para a frente dele para ver se reage, mas ele diz-me que a descida para a Ribeira tinha deixado mazelas. Nesta fase cruzamo-nos novamente com o pessoal mais rápido e noto que os Vicentes vão muito bem. Aqui tive também o privilégio de me cruzar e cumprimentar (finalmente) o grande Carlos Cardoso, que ia rapidíssimo.
No km 24 e 25 o David continua a não conseguir manter o ritmo que levava-mos e insiste para que eu siga. Pergunto-lhe se fica bem e ele assegura-me que sim.
A partir daqui e até ao final fiz a prova sozinho, mas sempre muito forte mentalmente e fisicamente. Fazendo esses 16kms finais em 1h23m, o que dá uma média de 5:11m/km.
Ao km 32,5 nova passagem pela ponte Luís I e antes de entrar no túnel está novamente a Liliana e o ZéTó e recebo mais uma injecção de ânimo.

No final do túnel alcanço o José Veiga que sentiu uma dor no joelho e prudentemente resolveu abrandar (fazendo mesmo assim um excelente tempo final e com direito a recorde pessoal e tudo) e logo a seguir está o Ildebrando quase no meio da estrada para também me dar um valente "empurrão".
Faltavam 10kms. Nos meus pensamentos, faltava apenas uma São Silvestre e lembrei-me de todas as palavras que o Ildebrando me disse no dia 5 de Outubro, quando ia-mos a descer a Rua da Prata e faltavam os "mesmos" 10kms para cortar a meta. "A tua prova está feita. Agora é só manter e desfrutares ao máximo esta experiência. Vais ver pessoal a tombar, seja com cãibras ou a vomitar. Não olhes. Mantém-te focado, porque estás fortíssimo", e assim fiz.
Logo de seguida passei o Paulo Louro e pouco depois o Carlos Moreira, ambos com problemas físicos. Perguntei se precisavam de alguma coisa. Agradeceram mas mandaram-me seguir.
Só aos 35km começo a fazer contas ao tempo e percebo que consigo baixar as 3h50m35s que tinha feito em Lisboa. Mesmo com alguma quebra deveria conseguir perto das 3h48.
Entretido com estas contas, ao km36 levo um soco no estômago ao ver o Bruno em passo muito lento. Como ele ia com phones, bato-lhe no ombro e digo-lhe para vir comigo, mas ele responde que não dava. Uma das pernas tinha bloqueado e quase que se recusava a correr, mas para eu não me preocupar que iria chegar ao fim.
Retomo o meu ritmo e perto do km38 está o incansável José Saraiva, com mais palavras de alento. Pergunta-me se quero companhia ao qual agradeço mas digo-lhe que estou bem e que quem vem atrás precisa desse apoio. Uns 500m depois está a Irene (esposa do José) aos saltos e aos gritos a chamar por mim, a dar-me muita força e a dizer que já faltava mesmo muito pouco.
Km40 e olho para o relógio. Faltam 2,195km e o relógio marca 3h33m52s. Se fizesse essa distância um pouco abaixo dos 6m/km conseguia algo que nunca teria imaginado. Fazia menos de 3h45.
Km41 e está à minha espera o António Cerejo que diz que me vai acompanhar durante alguns metros. Brinco um pouco com ele porque desata a correr abaixo de 5m/km e eu digo-lhe que se me queria acompanhar teria de ir ao meu ritmo e não a sprintar por ali fora. Lembro-me novamente do Ildebrando e peço ao António se me pode segurar no boné. 600 metros para a meta o António diz-me que a Brigitte estava já ali e logo depois estaria o meu amor. Pego a bandeira do Correr Lisboa que a Brigitte tinha e logo de seguida vejo a Rutília no meio da estrada de máquina na mão. Ergo os braços, levanto a bandeira e cerro os dentes, mas já não consegui evitar e comecei "transpirar" dos olhos logo ali.
Foto tirada pela Rutília (ao fundo de casaco azul consegue ver-se a Brigitte)

Já muito perto do meu amor
Estava a 400m da meta e apareceu a Inês para também fazer alguns metros a meu lado. Começo a ver cada vez mais gente a assistir e a aplaudir incessantemente. O barulho é enorme e tenho uma sensação  indescritível. Avisto a meta e o relógio da prova marca exactamente 3:45:00. Passados 12 segundos corto a meta e sou abraçado por um atleta que não conheço mas que me agradece porque o apoio que recebi dos meus amigos nos metros finais também lhe deu muita força.
Este abraço foi o agradecimento do atleta com o dorsal 2336 a todos os Vicentes que me apoiaram
A corrida é isto. O único adversário somos nós próprios, e é a nós que queremos ganhar. Todos os outros são "loucos" saudáveis que estão ali com o mesmo objectivo que nós. Superarem-se e conhecerem-se a si mesmos.

No final, a também incansável Sandra. Que para além de muitas outras coisas é a responsável por podermos eternizar estes momentos. E que sofre e vibra por cada um de nós, como ninguém. Obrigado Miúda.
Depois foi ir levantar os prémios de finisher e voltar para a parte final da prova para apoiar os que ainda vinham aí.

A prova em números:
Os dados oficiais

O meu registo

Nota: Este foi o relato apenas da parte da corrida, mas esta maratona tem muito mais para contar. Se já tiverem cansados podem deixar esta leitura para outro dia.


O PORQUÊ DE IR FAZER A PROVA
Não me recordo ao certo quando foi a primeira vez que pensei em fazer esta maratona, mas foi no dia em que decidi que iria fazer uma. Pelos relatos lidos e em conversa com pessoal já habituado a estas andanças, todos diziam que a maratona do Porto era superior à de Lisboa, mas para mim, a estreia nesta distância teria de ser em Lisboa (na minha terra). Por isso, a participação na maratona do Porto ficou agendada para 2015.
No dia 1 de Outubro às 17:28 o David Simão envia-me a seguinte mensagem "Tenho um desafio para ti. Se te arranjar um dorsal, vais ao Porto?". Sabia que ele ia, assim como o Bruno Claro e o Heitor Cardoso. A minha resposta foi "Que se lixe. Bora lá!".
Um minuto depois comecei a pensar no que tinha acabado de fazer e disse-lhe:
Eu - Mas isso é certo ou vais ver se é possível?
David - É certo.
Eu - Chiça. Ainda estava com esperanças de que fosses pedir e já não desse. - Tarde de mais.

Depois disto fiz a maratona de Lisboa e anunciei que iria fazer a do Porto, 28 dias depois.
Tirando duas ou três pessoas ainda mais malucas que eu que o que me disseram foi "Fizeste a preparação certinha para Lisboa, por isso o treino está feito. Convém só abrandares um pouco até lá e pronto.", todos os outros alertaram-me dos perigos, ao nível físico, de fazer duas maratona em tão curto espaço de tempo. E eu próprio tinha consciência disso, porque lera vários artigos sobre o tempo de recuperação, etc. Havia três factores importantes, a meu favor para fazer esta loucura. Primeiro, apesar do desgaste a que os 42,195km obrigam, a recuperação pós-prova foi muito boa; Segundo, fiz uma prova sempre controlada e sem nunca ir "no limite"; Terceiro, ia para a maratona do Porto apenas para me divertir, isto é, sem a mínima preocupação de tempos, nem os nervosismos de estreia e por isso, se a qualquer momento sentisse que estava a abusar, encostava-me à berma e parava.
Para comprovar que a ida ao Porto foi sempre encarada como uma forma de diversão, passeio e confraternização, está o facto de na semana antes ter participado nos 20kms de Almeirim, onde bati o meu record na distância (se tivesse juízo, tinha-me poupado para a maratona) e na véspera da maratona as duas principais refeições terem sido francesinhas acompanhadas pelo principal nectar da Unicer e à tarde por um longo passeio pela cidade.
O almoço e quase 7km de passeio a pé pelo Porto.

A hidratação ao jantar, na véspera da maratona.
Se me sentisse bem fisicamente, gostava de fazer a prova sempre com o David Simão e ajudá-lo a tentar as sub-4h, por vários motivos. Fora ele o responsável pela minha ida ao Porto, por ter ido no ano anterior e as coisas não lhe terem corrido bem e porque tinha feito 4h07 em Lisboa e eu acreditar que ele é capaz de muito melhor. Pelo que já referi no relato da prova, não o acompanhei o caminho todo, mas o David terminou a prova em 4h03 e bateu (também em 28 dias) o seu recorde pessoal.


TUDO O QUE ESTEVE PARA ALÉM DA PROVA
Até meio de Outubro, as presenças confirmadas na maratona do Porto eram eu, o David, o Bruno, o Heitor, o Ildebrando e o Paulo Freitas. Entretanto a EDP, através das suas Happy Times dava a possibilidade de se ganharem dorsais para a maratona, family race e fun race. Lançámos o desafio a mais alguns Vicentes nos acompanharem num fim de semana ao Porto, em que a manhã de domingo seria para correr ou acompanhar quem corre. Como os Vicentes não conseguem dizer que não a um bom desafio e como o prazer da confraternização é do tamanho do prazer pela corrida, entre atletas e familiares eram quase 40, os que seguiram viagem no sábado em direção à Invicta.
Na feira da maratona com o "Zé Picolé"
O Carlos Sá pediu e os Vicentes pousaram com ele para a foto
Uma das 4 mesas de Vicentes no jantar de Sábado
Vicentes equipados a rigor na "Invasão à Invicta"
Sem programa definido previamente, em relação a refeições, passeios, etc. É difícil que mais de 30 pessoas, estejam todas em sintonia, mas quando se está entre amigos e pessoas que gostam realmente da companhia umas das outras tudo se torna fácil e as coisas correram lindamente. VOCÊS SÃO FANTÁSTICOS!!


Por fim os agradecimentos.
São muitos (e vou certamente esquecer-me de alguém) mas faço questão de os mencionar aqui, sem qualquer ordem.
Aos meus pais, por tudo. Rutília, por apesar de todos os teus receios, perceberes que estava bem e que ia ter juízo e pela alegria que senti ao ver-te antes da meta. Sandra e Bruno, por serem os anciãos desta nova "família" que todos ganhámos e que muito nos orgulhamos de pertencer. Sandra pela tua expressão de orgulho em veres chegar cada um dos teus meninos e meninas. Verónica, por neste momento não correres mas tens sido incansável no apoio (e ainda fizeste quase 100m connosco). Muito obrigado Rutília, Sandra, Verónica e Brigitte (agora que não corres por estares a fazer a melhor maratona da tua vida), por ser graças a vocês e às vossas reportagens fotográficas, que podemos eternizar todos os nossos feitos. Ao David Simão, por me ter lançado ente desafio e proporcionar esta experiência única que jamais esquecerei. Espero também estar desculpado, por ter falhado ao compromisso de te acompanhar de principio ao fim. Ao Caldeirinha e ao casal José e Irene pelo apoio ao longo do percurso, não fazem ideia da alegria que nos dão e do bem que fazem. ZéTó e Liliana, não voltem a fazer isso. A corrida só por si já puxa pelo coração, por isso, surpresas destas não são recomendadas pelos médicos. De qualquer forma, não tenho palavras para vos agradecer. António e Inês que após fazerem a vossa prova, vieram puxar e acompanhar todos os outros atletas. A todos os amigos, Vicentes e restantes malucos das corridas que estiveram presentes neste fim de semana e com quem troquei palavras de incentivo antes e durante a prova e também felicitações no final da mesma.
Mesmo para terminar, um agradecimento especial ao Ildebrando, por saber o quanto para ti foi difícil ir ao Porto e ainda mais difícil estares ali a apoiar quem estava a correr. És gigante, e uma grande parte do meu êxito nesta corrida, devo-o a ti. Para o ano matas o borrego, e eu quero lá estar.
A todos MUITO OBRIGADO!

Até breve e divirtam-se. Principalmente, divirtam-se a correr.

14 de outubro de 2014

"Fizeste a Maratona. E agora?"

Esta é a pergunta que alguns amigos me fazem "Fizeste a Maratona. E agora?".

Pelo que li em alguns sítios, após a conquista de um grande desafio pessoal, seja a primeira Meia Maratona, Maratona, Ultra Trail, etc. (normalmente provas longas e distâncias que até então não havíamos feito antes), passamos por um período onde se instala um certo vazio e uma grande falta de vontade em voltar a treinar.
Talvez isso se deva ao facto de aliado à prova em questão, estar também toda uma fase anterior de preparação intensa, com vista a esse grande objectivo e alcançada a meta o corpo nos diga "Ok. Já está feito. Agora preciso de descansar por uns tempos.".

O problema é que ao contrário desses casos, eu tenho alguns amigos que não gostam de ver ninguém sentado comodamente no sofá por muito tempo, e três dias antes da Maratona de Lisboa, há um (David Simão) que me uma mensagem, à qual se seguiu o seguinte diálogo:
David: Tenho um desafio par ti. Se te arranjar um dorsal com transporte vais ao porto?
Eu: Epá isso é tentador. Tu vais?
David: Sim, vou!
Eu: Que se lixe então. Bora lá. Isto da maratona está-me a fazer mal. Devo estar a ficar maluco.
David: lol. O treino está feito.
Eu: Mas isso é certo ou vais ver se consegues arranjar?
David: É certo.
Eu: Chiça. Ainda estava com esperanças de que fosses pedir e já não fosse possível.

Passados alguns segundos desta conversa é que "desci à terra" e pensei "Ainda nem fiz esta maratona. Não sei como vai correr e se me vou aguentar, e já estou a aceitar um convite para outra que é daqui a um mês? Não devo mesmo estar bom da cabeça."

Apesar do convite aceite, a confirmação só seria dada depois de terminar a maratona de Lisboa, mas bastaram 5 ou 6km, para me virar para o David e dizer-lhe "Vou ao porto!".
Independentemente do que se passasse dali para a frente, a maratona já tinha valido a pena, porque já tinha sido mordido pelo bichinho dos 42,195km, por toda a magia dos momentos antes da partida, o companheirismo, os votos de boa prova para todos, etc. E porque estava a fazer precisamente aquilo que sempre disse "Vou tentar correr uma maratona, mas acima de tudo vou-me divertir". Porque para mim a corrida tem de ser isso. Diversão.
Dorsal 2447

Não pensem com isto que encaro esta prova de forma despreocupada. Tenho exactamente os mesmos receios e respeito pela Srª. Maratona, que tinha antes de dia 5 de Outubro, porque sei que se trata de uma prova muito dura, que não há duas iguais e levo tenho sempre presente o pensamento "A Maratona é uma prova justa. Não é uma prova que dê espaço a inspirações momentâneas, ou heroísmo de recta da meta. É muito simples, se treinas corre bem, se não treinas prepara-te, a senhora não faz prisioneiros!".

 Em termos de objectivos  pessoais, são exactamente os mesmos que para a de Lisboa, ou seja, chegar ao fim bem, isto é, sem grande sofrimento e divertir-me. Aliado a isso vou ter o privilégio de conhecer melhor a cidade do Porto acompanhado de alguns amigos e a pé.

Até breve e divirtam-se. Principalmente, divirtam-se a correr.

8 de outubro de 2014

Cortei a meta dos 42,195km

Aviso: Este post vai ser longo, pode provocar sonolência e mais para a frente poderá tornar-se demasiado lamechas. É de sua conta e risco continuar a leitura daqui para a frente.

Está feita a minha 1ª Maratona. E superou todas as minhas expectativas. Sempre disse que o principal objetivo seria terminar e de preferência sem o fazer em grande sofrimento. Estabeleci um plano de treinos que não segui com muito rigor, e por isso ao chegar a dia 5 tinha a perfeita consciência que podia ter feito mais e melhor.
Saí de casa às 7h na companhia do David Simão e do casal Cardoso (Pedro e Brigitte) e por volta das 7:40h estávamos a chegar junto ao Hipódromo Manuel Possolo em Cascais, para nos reunir-mos com os restantes Vicentes.

Eu, Pedro Cardoso e David Simão, acabadinhos de chegar a Cascais
No largo junto ao hipódromo. Já pairava no ar o cheiro a Maratona.
Dois dedos de conversa, saber as expectativas de cada um e o nervosismo, porque para a maioria iria ser a estreia, cumprimentar mais uns quantos amigos de outras camisolas e tirar a foto de grupo, para que depois cada um se preparasse para a prova que aí vinha. Uns foram fazer o último xixizinho, outros quiseram aquecer, etc.


Cerca das 8:20h fomos para a zona da partida, dão-se os últimos abraços, deseja-se sorte uns aos outros e instintivamente começamos a dividir-nos em grupos mais pequenos consoante os objectivos de cada um.
É dada a partida e demoro exactamente 3 minutos a chegar ao pórtico. Como partimos cá de trás, o início é feito nas calmas e não vimos necessidade de começar a furar pelo meio do pelotão, porque tínhamos 42km pela frente e não era isso que iria influenciar a nossa prestação.
O grupo inicial foi formado por mim, David Simão, Sandro, David Nascimento, Cátia e Cláudia. O ritmo rondava os 5.30m/km e por volta do km4 a Cláudia disse-nos que estava demasiado forte para ela e que ia abrandar um pouco. Foi uma decisão muito acertada e que fez com que ela fizesse uma excelente prova, sempre muito certinha e com a boa disposição que a caracteriza.
Os restantes 5 seguimos juntos e contrastando com os restantes atletas que nos rodeavam, fomos quase sempre na conversa. Tínhamos definido que apesar de irmos os 5 tentar fazer a prova em mais ou menos 4 horas, cada um seguiria no ritmo que achava mais adequado para si, para não comprometer a prestação pessoal. Quem quisesse ir mais depressa ia e quem quisesse poupar-se mais para os kms finais também.
Ao km 18 temos a primeira claque Correr Lisboa com a Verónica, a Cátia e a Matilde e o António. Foi muito bom vê-los ali e animou-nos bastante.
David S., eu e Sandro (Cátia e David N. iam mais à direita e não aparecem).
Dá para ver a boa disposição com que o grupo ia nesta altura.
Ao km 20 o David Nascimento, começa a sentir algum cansaço, decide abrandar também um pouco e a Cátia fica a acompanhá-lo. Quando chegamos à Cruz Quebrada, a Cátia junta-se a nós novamente (mas penso que o esforço extra que fez para nos alcançar, provocou-lhe um grande desgaste e foi um dos motivos para ao km25 ficar bastante para trás devido a dores musculares e ver-se obrigada a terminar a prova uns kms depois).
Passamos os 4 a barreira meia maratona com 1h56m, o que não sendo extraordinário, estava perfeitamente dentro daquilo que pretendíamos e dava alguma margem para gerir a segunda parte da prova.
Em conversa fomos dividindo os 42,195km em partes mais pequenas. Aos 21km faltaria apenas uma meia maratona, aos 27 seria só fazer a Corrida das Fogueira e aos 32 já só faltava uma São Silvestre.

Já sem a companhia da Cátia, recebemos novo alento ao avistar o seguinte cartaz afixado na véspera pelo Vasco, na passagem pedonal junto à Cordoaria.

"Quando as pernas doerem, corre com o coração!
PS - Despacha-te que estamos à espera para o almoço"
Um pouco depois de Belém foi a vez do David Simão sentir uma ligeira quebra e perder alguns metros para mim e para o Sandro.
Antes do km30 comentei com o Sandro, que estava espantado por me estar a sentir tão bem, física e mentalmente, apesar dos kms já percorridos. Mas que não iria arriscar em forçar o ritmo, porque daí para a frente entraria numa zona totalmente desconhecida, pois aquela era a maior distância que tinha corrido e não fazia a mínima ideia de como o corpo se ia portar daí para a frente.

Abro aqui um parêntesis para falar da estratégia em termos de alimentação, porque para meias maratonas não costumo levar nada (apenas aproveito os abastecimentos que a organização disponibiliza), mas para a maratona, achei melhor ter isso em atenção e ir precavido. Corri alguns riscos ao levar gel que nunca tinha experimentado e que tinha apenas a referência de alguns amigos que usavam e estavam satisfeitos, mas até nisso tudo correu lindamente. Levei 4 e tomei aos 11, 21, 30 e 37kms. E a escolha foi Extreme Gel Taurina da Gold Nutricion. Sempre acompanhados por bastante água.

Chegamos ao Cais do Sodré e está à minha espera o Ildebrando, que apesar de ir trabalhar à tarde, tinha-me dito logo que faria 5kms comigo. Equipado a rigor (de Vicente, claro!) e cheio de energia e boa disposição não se calou um bocadinho, ora incentivando-nos e dizendo que estávamos muito bem, ora tentando "sacar" uns aplausos das pessoas pessoas que estavam a assistir, e mais importante que isso deu-me umas dicas muito importantes do que iria apanhar dali em diante. Entramos no Terreiro do Paço e vejo bastante público e um pouco mais à frente o meu amigo Miguel Quintanilha que mesmo estando em serviço, fez questão de estar ali para nos cumprimentar e apoiar.

Eu, atleta estrangeiro, Sandro e Ildebrando (fotos do Miguel Quintanilha)
Já no Rossio, somos surpreendidos novamente pela Verónica e o António que depois do km18 "voaram" para o km32 para voltarem a dar-nos o seu apoio e registar o momento.
A Verónica ainda fez questão de correr uns metros connosco e ganhou!
Neste momento faltava apenas fazer uma São Silvestre (10km), e apesar de continuar muito forte mentalmente e do corpo também não se queixar em demasia, lembrei-me de uma frase dita por um amigo já experiente nestas andanças que diz que "A maratona é uma prova de 12km, com um aquecimento de 30!", ou seja, ali é que iria começar verdadeiramente a batalha e iria ver se o tão famoso "muro" (para os menos familiarizados com este termo pesquisem por muro e maratona) me ia aparecer pela frente ou não.
Apesar destes receios, o Ildebrando dá-me uma nova injecção de ânimo e confiança ao dizer-me "Parabéns! Da maneira como estás, a tua 1ª maratona está mais do que feita, por isso aproveita os kms que faltam para te divertires e saboreares o momento, como tens feito até aqui. Vais ver pessoal a bater no muro a partir dos 35km, mas mantém-te concentrado porque estás muito bem."
Novamente no Terreiro do Paço vimos o Carlos Ramos que iria connosco até ao fim. O Sandro resolve arriscar e acelera um pouco e o Carlos segue com ele. E já perto do km 35 o despeço-me do Ildebrando, que tinha que ir à vida dele.

Neste momento e pela primeira vez em toda a prova estava sozinho mas muito confiante de que já nada me impedia de cumprir o sonho de ser maratonista.
Um pouco mais à frente dá-se a junção com o pessoal da Meia Maratona que fazia ali a inversão no percurso. Esta situação foi também muito positiva porque temos mais gente a correr junto a nós, conseguimos encontrar muitos Vicentes e mais alguns conhecidos que foram fazer a meia maratona e ainda iam em sentido contrário e recebemos por parte de todos eles sempre um aceno caloroso ou um "Força" que nos empurra na direção da meta.

Por volta do km 38 avisto o Pedro Carvalho que ia com algumas dificuldades físicas, mas estava na companhia do Carlos Ramos que entretanto deixara o Sandro voar sozinho e ficou a auxíliar o Pedro. Perguntei se podia ajudar de alguma forma, mas o Pedro disse-me para seguir.
Não sei se está relacionado com o facto de ter visto o Pedro em dificuldades, mas após este momento fraquejei um pouco. Estava já convicto que iria terminar abaixo das 4h, mas pensei em caminhar um pouco antes do km 40 para depois terminar mais forte e enquanto vou com este pensamento levanto a cabeça e vejo estas Senhoras, a gritarem pelo meu nome:

Célia, Lurdes e Madalena
Aqui senti que levei uma autêntica chapada (no bom sentido), que me fez despertar daquela quebra psicológica que me tinha atingido momentos antes. Com aquele estímulo era impossível parar, era impossível até abrandar (apesar da ligeira subida).
Até aí tinha-me aguentado muito bem emocionalmente, mas neste momento não consegui mais conter as lágrimas.
Um pouco mais à frente vi o Sardinha que ia a caminhar e não consegui soltar uma única palavra, apenas lhe bati no ombro tentando transmitir-lhe um "Bora lá! Já falta muito pouco.". Na zona da loja ProRunner estava o Xico que disse também que me iria acompanhar alguns metros. Disse-me também que eu estava com bom aspecto para quem já ia com 40km, fiz-lhe +/- o relatório do pessoal que vinha lá mais atrás e perguntei-lhe pela malta da frente. Subimos em direção à Av. Dom João II, que estava repleta de gente e está o Bruno Claro à minha espera. Ele que tinha "despachado", minutos antes a meia maratona em 1h39m obtendo assim recordo pessoal. Faço alguns metros na companhia do Xico e dele e entrego-lhe o boné, para cortar a meta mais bonito. lol
Em frente ao Vasco da Gama, volto a "transpirar dos olhos" ao ver a esposa com a minha filha ao colo e um casal de amigos. Só consigo dar um "mais cinco" à filhota e coloco os olhos no chão, para ninguém ver o "suor" que me caía pelo rosto.
Dou a volta e entro na reta final. Limpo o rosto à camisola e preparo-me para cortar a meta. Avisto o pórtico e mesmo em frente a Sandra de máquina fotográfica em punho. Faço um último esforço para conseguir conter todas as emoções e penso "Está feito. Conseguiste!"

Está feita! (Foto Sandra Ramos Claro / CorrerLisboa)
Confirma-se a passagem na partida ao minuto 3.
Gráfico dos tempos por km. Como podem ver, parecia um relógio Suiço.


Não quero terminar este post sem os devidos agradecimentos. Algumas pessoas mencionei no texto anterior mas muitos ficaram de fora.
Obrigado esposa e filhota, por toda a compreensão nos momentos, em que me privei de estar convosco para poder treinar e cumprir este sonho, nos últimos quatro meses; Aos meus pais e "la familia", pelo incentivo que sempre recebi, fazerem-me acreditar que era capaz e por terem aturado o facto de muitas das minhas conversas nos últimos tempos irem dar sempre à palavra "Maratona"; Sandra e Bruno Claro, por serem os grandes responsáveis de eu agora gostar de correr; Aos "Compadres", que mostra que a corrida para além de muitas outras coisas traz-nos grandes Amigos; Aos "Vicentes na Maratona", por toda a entreajuda através da troca de informações e dicas que antecederam a prova; Ao Vitório, Pedro, Bruno e André, porque não esqueço que tudo isto das corridas começou após o levantamento dos dorsais para a Mini Maratona da 25 de Abril de 2012; A todos os Vicentes que semanalmente nos acompanham à terça-feira e que tornam este grupo, na coisa maravilhosa que é e dão às provas um colorido amarelo muito especial; Ao pessoal dos vários blogues sobre corrida que acompanho e que são também grande inspiração; E a todos os restantes amigos e conhecidos que a corrida me trouxe nestes 2 anos e com quem me cruzo nas provas sempre com uma saudável troca de cumprimentos e incentivos, porque as nossas corridas não têm adversários, mas sim amigos que também correm para se superarem a eles próprios. Obrigado pelas muitas palavras de incentivo que recebi da vossa parte.


Prometo que estou mesmo a terminar. Mas dos agradecimentos anteriores, quero destacar aqueles que foram muito importantes especificamente ao longo dos 42,195km (todos com igual grau de importância).
- Cátia Nascimento, David Simão, David Nascimento e Sandro, pelos magníficos kms percorridos juntos.
- Verónica e António pelo apoio ao km18 e novamente ao 32.
- José Saraiva, que fez dezenas de kms de bicicleta para trás e para a frente a perguntar se estávamos bem e se era preciso alguma coisa.
- Ildebrando, obrigado pelas dicas e pela companhia na barreira das 30 e por me fazeres acreditar que já estava.
- Quintanilha, para além da presença do Terreiro do Paço, o exemplo de força e determinação.
- Lurdes, Célia e Madalena, por depois de fazerem a vossa prova irem para uma zona importantíssima puxar por todos aqueles que passavam. São sem dúvida um grande exemplo para todos.
- Xico e Bruno, pelo apoio final e pela preocupação com todos os que ainda aí vinham.
- Rutília e Maria, só pelo facto de lá estarem. Sei que também não devem ter sido fáceis os momentos de ansiedade até à minha chegada.
- Ritinha e Pedro, acho que basta dizer Obrigado. O resto vocês sabem.
- Sandra, pelo registo fotográfico que imortalizará este meu momento, mas também por todo o amor e empenho que dedicas a esta grande família de Vicentes (obviamente que o Bruno também), e que fazem que todos nos sintamos muito orgulhosos por vestir esta camisola.

"Até breve e divirtam-se. Principalmente divirtam-se a correr."

Esta expressão define a minha maratona. Eu diverti-me, e muito.